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Conheça os premiados da terceira edição do Festival de Cinema de São Bernardo do Campo

Foto: Diego Fernandes

Terminou no último fim de semana de novembro, como já habitualmente faz parte do calendário anual dos festivais de cinema brasileiros e, integrado ao mês da consciência negra, o 3º Festival de Cinema de São Bernardo do Campo, realizado nos lendários pavilhões que sediaram a Cia. Cinematográfica Vera Cruz, considerada a “Hollywood Brasileira” dos anos dourados de 1950. Na noite de premiação com filmes de grande relevância nacional, o ator Diogo Almeida junto do idealizador Rudy Serrati, anunciaram os vencedores das mostras competitivas e quatro homenagens. O troféu Pérola Negra Ruth de Souza foi entregue a um dos atores homenageados, Antônio Pitanga, que esteve presente na cerimônia de entrega das estatuetas “Terra Bernardo de Ouro” aos cineastas premiados. Além do ator de “Bahia de Todos os Santos” (1960), Nathalia Timberg, Daniel Filho e Lázaro Ramos também receberam homenagens.

O grande destaque entre os longas foi o célebre filme premiado na 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim (Berlinale) “O ÚLTIMO AZUL” (2025), de Gabriel Mascaro, que garantiu quatro importantes premiações neste icônico festival realizado dentro da antiga indústria cinematográfica Vera Cruz: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Rodrigo Santoro), Melhor Atriz (Denise Weinberg)  e Melhor Edição/Montagem. “PAPAGAIOS” (2025) de Douglas Soares, levou três estatuetas: Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. “KASA BRANCA” (2025), de Luciano Vidigal conquistou duas: Melhor Direção e Melhor Atriz Coadjuvante (Teca Pereira). O filme de estreia “RESTA UM” de Fernando Ceylão também garantiu duas estatuetas Terra Bernardo de Ouro por Melhor Roteiro e Melhor Ator (Caco Ciocler). “GRAVIDADE” de Leo Tabosa ganha o prêmio inédito do festival de Melhor Elenco. Já os filmes “PACTO DA VIOLA” de Guilherme Bacalhao, “CONSEQUÊNCIAS PARALELAS”, de Gabriel França e CD Vallada,  “OGIVA: O MUNDO NÃO É MAIS NOSSO” do são-bernardense Cadu Rosenfeld, levaram uma estatueta cada por Melhor Direção de Fotografia, Melhor Desenho de Som e Melhor Caracterização respectivamente. “OS RUMINANTES” (2025), de Marcelo Mello e Tarsila Araújo, receberam o melhor longa de documentário e “NIMUENDAJÚ” (2025), de Tania Anaya, o melhor longa de animação brasileiros.

 

“Este ano contamos com a surpreendente participação do filme “O ÚLTIMO AZUL”, que demonstra a relevância e prestígio que o festival conquista a partir desta terceira edição, trazendo entre outros grandes filmes selecionados e premiados, esta obra que de forma inédita, participa de uma mostra competitiva em um festival de cinema brasileiro. Isso é motivo de orgulho e motivação para continuarmos investindo no festival, pois somos um território cultural ímpar em todo o país, na qual se tem este símbolo ainda vivo de terra do cinema, “planalto abençoado” e berço da indústria cinematográfica brasileira – aponta Rudy Serrati, curador e diretor do festival.

 

Entre os curtas de ficção nacional, “BOIUNA” (2025), de Adriana de Faria, levou a estatueta de Melhor Filme. Destaque também ao filme “SAMBA INFINITO”, de Leonardo Martinelli, que conquistou duas delas, a de Melhor Direção e Melhor Desenho de Som. Já o são-bernardense “Jd. HOLLYWOOD” (2025), de Filipe Travanca e Otávio Vidal, ganhou melhor curta de ficção regional. “VOCÊ ESTÁ NO CAMINHO CERTO” (2025), do cineasta paraense Marcos Corrêa, conquistou o melhor curta de documentário brasileiro, enquanto “SEU MAROTTI: A GLÓRIA DO ALAMEDA” (2024), de Milton Santos Jr., também de São Bernardo, levou o melhor curta de documentário regional. “YBYRÁ A’Ú – ESPÍRITO DA FLORESTA” (SP/2025), de Jonny Cansado, foi escolhida a melhor animação brasileira. O festival também premiou trabalhos de até sete minutos de jovens cineastas.

 

A terceira edição do festival de cinema de São Bernardo homenageou artistas que marcaram a história da televisão, do teatro, do cinema brasileiro e com relação à memória e ao período de atividades dos Estúdios Vera Cruz. A primeira homenageada foi a atriz Nathalia Timberg (96 anos), que integrou o elenco do TBC de 1959 até 1962 e que enviou um vídeo emocionante de agradecimento pela sua homenagem durante a cerimônia de premiação, juntamente com o artista também homenageado, Daniel Filho (88 anos), um dos principais responsáveis pela implantação e consolidação do modelo de produção de telenovela brasileira desde os anos 50, referência no Cinema Novo e um dos fundadores da Globo Filmes. Ambos artistas foram homenageados juntamente com o ator Antônio Pitanga com o troféu Pérola Negra Ruth de Souza. 

 

Lázaro Ramos (47 anos), ator multifacetado, referência em representatividade e ativismo social, eleito o artista mais influente do Brasil pela FORBES 2025, foi homenageado pelo festival com outro importante troféu, que curiosamente em 2003, nos atuais galpões da antiga Vera Cruz, foram gravadas cenas de carceragens do filme CARANDIRU com o diretor Hector Babenco em que fez parte. Lázaro, em vídeo também exibido durante a cerimônia de premiação do festival, agradeceu a homenagem e celebrou os legados de Dona Ruth de Souza, na qual lançou recentemente a sua autobiografia à convite da atriz. Lázaro Ramos, portanto, foi reverenciado em conjunto pela sua trajetória e carreira artística com o Troféu MAZZAROPI, uma importante honraria do festival de cinema de São Bernardo do Campo, na qual foi dado na última edição e de forma inédita ao colega ator Matheus Nachtergaele.

 

“A presença de Antônio Pitanga nesta edição, os consagrados filmes brasileiros e artistas homenageados, emocionou todos os presentes e fortaleceu o propósito e relevância cultural do festival no Brasil, sobretudo, da urgência no olhar para este espaço, tanto para o fortalecimento do setor cultural regional como para o fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira.”

 

Serrati continua o alerta:

“Estamos em uma região estratégica e economicamente importante para o país, estamos na periferia da riquíssima capital do Estado de São Paulo, mas mesmo tendo mais de 20 mil metros quadrados herdados pela indústria do cinema brasileiro como patrimônio protegido e que ainda resiste ao tempo, não temos ainda uma única sala de cinema pública na cidade, além é claro da sala temporária construída dentro da antiga Vera Cruz durante a programação do festival. Estou confiante que os artistas, realizadores, distribuidores, gestores públicos e patrocinadores estão notando a importância da preservação da memória, da difusão e da celebração da nossa cultura brasileira a partir do Festival de Cinema de São Bernardo do Campo, que resgata, preserva, celebra e potencializa o cinema brasileiro”, enfatiza o idealizador Rudy Serrati.

 

O 3º Festival de Cinema de São Bernardo do Campo aconteceu de 26 e 30 de novembro de 2025. Todos os dias do festival foram marcados pela presença de filmes com nomes conhecidos nas artes cênicas, como Betty Faria, Tuca Andrada, Thiago Justino, Buda Lira, Divina Valéria, Soia Lira entre outros. O evento tem idealização, produção e realização da Cia. Cinematográfica Terra Bernardo com o apoio da Prefeitura de S. Bernardo do Campo.

 

Filmes Premiados 2025

 

Mostra “TERRA DO CINEMA” – Longas de Ficção

Melhor Filme – O ÚLTIMO AZUL (AM/2025), de Gabriel Mascaro

Melhor Filme Júri Popular – PAPAGAIOS (RJ/2025), de Douglas Soares

Melhor Roteiro – RESTA UM (RJ/2025), de Fernando Ceylão

Melhor Direção – KASA BRANCA (RJ/2025), de Luciano Vidigal

Melhor Direção de Fotografia – PACTO DA VIOLA (MG/2024), de Guilherme Bacalhao

Melhor Direção de Arte – PAPAGAIOS (RJ/2025)

Melhor Ator – RESTA UM (RJ/2025) – Caco Ciocler

Melhor Ator Coadjuvante – O ÚLTIMO AZUL (AM/2025) – Rodrigo Santoro

Melhor Atriz – O ÚLTIMO AZUL (AM/2025) – Denise Weinberg

Melhor Atriz Coadjuvante – KASA BRANCA (RJ/2025) – Teca Pereira

Melhor Elenco – GRAVIDADE (PE/2025), de Leo Tabosa

Melhor Edição/Montagem – O ÚLTIMO AZUL (AM/2025)

Melhor Desenho de Som – CONSEQUÊNCIAS PARALELAS (SP/2025), de Gabriel França e CD Vallada

Melhor Figurino – PAPAGAIOS (RJ/2025)

Melhor Caracterização – OGIVA: O MUNDO NÃO É MAIS NOSSO (SP/2024), de Cadu Rosenfeld

 

Melhor Longa de Documentário Brasileiro – OS RUMINANTES (SP/2025), de Marcelo Mello e Tarsila Araújo

 

Melhor Longa de Animação Brasileiro – NIMUENDAJÚ (MG/2025), de Tania Anaya

 

Curta-metragem de Ficção Brasileiro

Melhor Filme – BOIUNA (PA/2025), de Adriana de Faria

Melhor Roteiro – BENÇA (PR/2023), de Mano Cappu

Melhor Direção – SAMBA INFINITO (RJ/2025), de Leonardo Martinelli

Melhor Direção de Fotografia – TENTE SUA SORTE (PR/2025), de Guenia Lemos

Melhor Direção de Arte – O MENINO, O RECRUTA E O SARGENTO (SP/2025), de Daniel Chagas Martins

Melhor Ator – PONTO E VÍRGULA (RJ/2024) – Buda Lira

Melhor Atriz – COMO CHORAR SEM DERRETER (RJ/2024) – Betty Faria

Melhor Edição/Montagem – ALÉM DA CULPA (DF/2025), de Israel Cordova

Melhor Desenho de Som – SAMBA INFINITO (RJ/2025)

Melhor Figurino – O MENINO, O RECRUTA E O SARGENTO (SP/2025)

Melhor Caracterização – DONA (MG/2025), de Anna Mol

 

Melhor Curta de Ficção Regional – JD. HOLLYWOOD (São Bernardo do Campo/2025), de Filipe Travanca e Otávio Vidal

 

Melhor Curta de Documentário Brasileiro – VOCÊ ESTÁ NO CAMINHO CERTO (SP/2025), de Marcos Corrêa

 

Melhor Curta de Documentário Regional – SEU MAROTTI: A GLÓRIA DO ALAMEDA (São Bernardo do Campo/2024), de Milton Santos Jr.

 

Melhor Curta de Animação Brasileiro – YBYRÁ A’Ú – ESPÍRITO DA FLORESTA (SP/2025), de Jonny Cansado

 

Mostra “Terra Bernardo” (filmes de até 07 minutos)

Melhor Curta-metragem de Ficção Brasileiro de até 7 minutos – TORMENTO (SP/2025), de Larissa Braga

Melhor Curta-metragem Documental Brasileiro de até 7 minutos  – ME SINTO EM PAZ PENSANDO NO HOJE (SP/2025), de Paulo Gadioli

Melhor Curta-metragem de Animação Brasileiro de até 7 minutos  – O MENINO QUE ENGOLIU O CHORO (MG/2025), de Joubert Amaral

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