
A participação de Eric Max na 30ª Parada LGBTQIAPN+ do Rio de Janeiro marcou um dos momentos mais significativos de sua carreira, simbolizando não apenas sua estreia em um grande palco, mas também a presença viva da floresta amazônica no maior evento de diversidade do país. Selecionado pelo edital Vozes da Diversidade, do Grupo Arco-Íris, o artista representou o Amazonas levando ao público de mais de um milhão de pessoas o Ixé Pop Indie Amazônico, gênero criado por ele que mistura ancestralidade indígena, cultura ribeirinha, batidas eletrônicas, brega, carimbó, synthpop e poesia contemporânea.
Para Eric, cantar nesse palco — justamente na edição histórica que celebra 30 anos da primeira parada do Brasil — foi experienciar a realização de um sonho e o início de um novo ciclo. Ele relembra que, três anos antes, era voluntário do evento e observava os artistas no palco imaginando quando chegaria sua vez.
Em 2025, ao ver pessoas cantando e dançando suas músicas, compreendeu que o Ixé Pop já ecoa e encontra seu público. “A floresta estava presente comigo. O Rio Negro, o Amazonas, meu povo Baré, todas as etnias estavam ali através do meu canto”, afirma, acrescentando que a conquista é também um marco para a arte do Norte em um espaço que, historicamente, concentra artistas de outras regiões.
A Parada acontece em um momento em que Eric vive um período intenso de produção. Em novembro, ele lançou “Mucura”, um electropop manifesto que transforma a mucura — animal muitas vezes ridicularizado — em símbolo de resistência, beleza não convencional e poder encantado. A faixa reforça o espírito de afirmação amazônica, com beats tropicais, refrão forte e uma crítica bem-humorada aos padrões coloniais de beleza. O videoclipe, dirigido pelo próprio artista por meio da Borboleta Azul Filmes, mistura cinema e performance em uma estética de surrealismo amazônico filmada entre Manaus, Novo Airão e Rio de Janeiro.

Antes disso, Eric lançou “Rio Negro”, uma power ballad ritual-pop turquesa que celebra pertencimento, cura e o fluxo ancestral das águas que moldaram sua vida e sua arte. No audiovisual, segue desenvolvendo uma filmografia que inclui o curta “Quem é que vai nos proteger agora?!”, o documentário “Mãe Rosa” e o próximo longa “Contigo”, no qual atuará ao lado de Jôce Mendes.

Agora, em 15 de dezembro, Eric apresenta mais um passo importante de sua trajetória, fortalecendo ainda mais sua presença no cenário artístico nacional e reafirmando a força do Norte no mapa cultural do Brasil. Sua obra, que cruza música, cinema, literatura e artes visuais, segue comprometida com a missão que ele repete como um mantra: transformar encantaria em ritmo, floresta em pista e ancestralidade em vanguarda. Para o artista, viver esse momento é testemunhar o início de uma nova fase: “É só o começo. Viva Tupã, viva o Amazonas, viva toda a comunidade LGBTQIAPN+ do Brasil e do mundo.”