
Berta Loran
“Você pode perder apartamento, joia, dinheiro, e até um grande amor – 30 anos depois, quando você o reencontra, dará graças a Deus que o perdeu. Agora, o humor não pode ser perdido. Humor é tudo na vida” é o que dizia a atriz Berta Loran, que somou mais de sete décadas como humorista na televisão, no cinema e no teatro. Berta morreu na madrugada deste domingo, 28, aos 99 anos, após 10 dias internada em um hospital na Zona Sul do Rio de Janeiro. Nascida em Varsóvia, na Polônia, ela deixa a sobrinha Sarita Paskin. A cerimônia de despedida será realizada nesta terça-feira, dia 30, a partir das 8h, na Sociedade Religiosa Israelita Chevra Kadisha. O enterro está marcado para as 11h no Cemitério Israelita de Belford Roxo.
Batizada como Basza Ajs, a atriz nasceu em Varsóvia no dia 23 de março de 1926, e adotou o nome de Berta quando chegou ao Brasil, aos nove anos. Aos 14 anos, subiu em um palco pela primeira vez. A atriz entrou para a Globo em 1966 para integrar o elenco do programa ‘Bairro Feliz’, de Max Nunes e Haroldo Barbosa. Na época, ela já era conhecida internacionalmente, após ter passado um período atuando na Argentina e em Portugal. Berta conquistou o coração dos brasileiros e participou dos principais humorísticos da emissora, como ‘Riso Sinal Aberto’ (1966), ‘Balança Mas Não Cai’ (1968), ‘Faça Humor, Não Faça Guerra’ (1970), ‘Satiricom’ (1973), ‘Planeta dos Homens’ (1976), ‘Escolinha do Professor Raimundo’ (1990), ‘Zorra Total’ (1999) e ‘A Grande Família’ (2012).
Em 1991, iniciou uma longa parceria com o humorista Chico Anysio. Primeiro, integrando o elenco de ‘Estados Anysios de Chico City’ e, em seguida, vivendo a personagem portuguesa Manuela D’Além-Mar, na primeira edição da ‘Escolinha do Professor Raimundo’, exibida entre 1990 e 1995. Em 1996, a atriz fez parte do elenco fixo da segunda versão de ‘Chico Total’, outro programa estrelado pelo humorista, que foi exibido até dezembro daquele ano. Na segunda versão da ‘Escolinha do Professor Raimundo’, em 2001, Berta deu vida à personagem Sara Rebeca, que arrancava risos ao explicar à turma, de forma bem-humorada, as perguntas do professor.
Na dramaturgia, estreou, ao lado de Ary Fontoura em ‘Amor com Amor se Paga’ (1984) e participou de novelas marcantes como ‘Cambalacho’ (1986), ‘Cama de Gato’ (2010), a segunda versão de ‘Ti-Ti-Ti’ (2011), ‘Cordel Encantado’ (2011) e ‘A Dona do Pedaço’ (2019). Paralelamente à televisão, Berta Loran atuou em diversas produções audiovisuais no teatro e no cinema.