Instalações de Marlus Araujo utilizam câmeras, sensores e sistemas interativos para criar experiências imersivas em ‘Isto Não é Um Prompt’; a mostra inédita na Meta Gallery propõe novas relações entre pessoas e máquinas – da Inteligência Artificial com autonomia à colaboração criativa entre imaginação humana e processamento algorítmico
Sob o olhar de três obras interativas, com curadoria da pesquisadora em Tecnologia e Sociedade Paula Martini, a exposição convida o público à inversão de perspectiva entre os humanos e a IA, que passa a observar, criar e interagir com autonomia. “Trata-se de uma Inteligência Artificial que, em vez de ser acionada pelo usuário, toma a iniciativa da primeira ação”, resume Marlus, questionando o papel passivo tradicionalmente atribuído às máquinas.
Logo na entrada, a instalação inédita “Captura Involuntária” produz visualizações em tempo real a partir das pessoas que passam pela calçada, atraindo-as à exposição dentro da galeria.
A obra utiliza câmeras e projeções para revelar como a IA processa e interpreta o mundo por reconhecimento facial, detecção de objetos e mapeamento de movimentos, chamando atenção para o monitoramento invisível que já integra nosso cotidiano digital.
No primeiro piso, a também inédita “ElementAIs”
Na subida da escada para o segundo piso, a escultura robótica “Maboroshi” fecha a exposição. Desenvolvida por Marlus em parceria com Gabriela Castro, a obra utiliza sensores para detectar a presença do público e reage seguindo os visitantes com o olhar, criando a sensação inquietante de ser observado por uma entidade autônoma.
Suas obras já foram exibidas em festivais, residências artísticas e exposições em espaços como Museu do Amanhã, Oi Futuro, Casa Firjan, Parque Lage e Bienal do Ibirapuera. Em janeiro, sua instalação “Maré de Luz” formou filas na praia de Barra de São João, durante o festival Sesc Verão. (g1.globo.com/rj/