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Alexandre Gois e Joaquim Pessoa lançam “Valei-me”

“Valei-me: interjeição de alguém rogando por proteção, por socorro, por livramento. Por vezes tem sentido de surpresa, de desespero ou aflição, mas também de alumbramento. Presente no sincretismo onírico, sagrado e profano da gente do nordeste”.

“Valei-me”, novo álbum de Alexandre Gois e Joaquim Pessoa, chega às plataformas de música no dia 12 de dezembro, carregando consigo esse sincretismo delirante. A textura das palavras, dos fraseados melódicos, das harmonias e da pulsação percussiva de suas músicas, faz parte do universo engendrado pelos dois artistas nascidos e criados no litoral urbano da cidade do Recife.

Depois do álbum “Desassossego” (lançado como disco de estúdio e registro ao vivo) e quatro singles, Alexandre Gois e Joaquim Pessoa voltam às plataformas de streaming com um álbum que reúne oito músicas inéditas da dupla, costurado com linhas marcantes de violão e bandolim, além de uma percussão vigorosa. “O conceito de álbum é anterior às canções. A ideia de um disco desenhado por cordas e percussão muito presentes foi a moldura para talharmos as canções. Depois de feitas, enxergamos um fio condutor além da estética anteriormente desenhada. Havia um discurso que nascia da pulsação de cordas e peles”, conta Joaquim Pessoa.

Alexandre Gois complementa: “O álbum nasceu de referências estéticas sobre as quais vínhamos trocando ideias. Ideias essas que decorreram de leituras sobre temas inquietantes sobre os quais estávamos refletindo e “ruminando”. Como feridas (que não fecham); desejos (que não se saciam) e traços (irremovíveis) que marcam a história de nossa gente. ‘Valei-me’ é dotado de um sincretismo estético e comportamental de nossa gente. Cantamos o rio de nossa aldeia (Alberto Caeiro), e assim acreditamos que cantamos o mundo.”

Na definição de ambos, trata-se de um álbum, a um só tempo, citadino e esperançoso. Angustiado e terno. Afetuoso e telúrico. “Todas as canções têm um pouco disso tudo, porque são permeadas por nossa humanidade”, avalia Joaquim. “Temos uma doce, necessária e mensurada dose de provincianismo em nosso sangue, e isso confere-nos uma “inocência” que resulta na gente um estado esperançoso. Temos uma crença teimosa de que podemos ser melhores como povo”, pontua Alexandre.

A dupla também assina a produção do álbum, em parceria com Carlinhos Borges, que foi gravado sem edição, como num set ao vivo. “Os poucos adicionais foram de percussão e detalhes na voz. Do processo de composição à gravação, passando pela narrativa, toda nossa vivência pessoal foi colocada nele. Algumas vezes o ponto focal desse olhar muda de ator, como em “Ama”. Outras vezes, vem quase como uma carta pessoal como em “Meninas de Cabul”. Expõe entranhas em “Valei-me” e respira fundo em “Fogo”. Dança nas ladeiras no “Frevin 3” e nos terreiros em “Mandinga”. Subimos o morro em ‘Mãe Rainha” e nos deitamos ao sol em “Ipê””, define Joaquim Pessoa.

Mas será que a força e a riqueza da música e da cultura pernambucanas já ecoam, como deveriam, em todos os rincões do país? “As gerações que nos antecederam tiveram que chegar mais perto das caixas de ressonância do Brasil – Rio e São Paulo -, para que pudessem ser ouvidas. Mesmo com todo tamanho que alcançaram, por vezes eram (e ainda são) categorizados como música regional. É um termo que não faz justiça à música do Recife, tampouco de outros lugares do país. Penso que todos fazemos música brasileira, com todos os matizes, nuances e paletas de cores que isso significa”, argumenta Alexandre Gois. Joaquim Pessoa arremata: “Temos um imenso orgulho do lugar que viemos (e permanecemos!). Pernambuco e o Nordeste, como um todo, são uma fonte inesgotável de beleza. Levar a arte através do nosso trabalho, é falar daqui. Por mais que a gente tenha sido alimentado por tudo que nos interessa no Brasil (e no mundo), fomos ninados (e forjados) com sotaque e melodia recifenses. E assim seguimos”.

Repertório (Todas as músicas são de autoria de Alexandre Gois e Joaquim Pessoa):

MANDINGA
VALEI-ME
MÃE RAINHA
FOGO
IPÊ
FREVIN 3
MENINAS DE CABUL
AMA

Produtores Artísticos: Alexandre Gois e Joaquim Pessoa

Produtor Musical: Carlinhos Borges

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