
Foto: Divulgação/ Thiago Carmoniz
Cantor, compositor, ator, cineasta, escritor e diretor de arte amazonense, Eric Max lança no dia 15 de novembro seu novo single, “Mucura”, uma electropop balada de afirmação e identidade amazônica. Após o sucesso de “Rio Negro”, a canção marca mais um passo na consolidação do gênero que o multiartista criou: o Ixé Pop Indie Amazônico, que apresenta uma fusão de ancestralidade indígena de forma criativa, acompanhada de batidas eletrônicas e poesia contemporânea.
Nascido em Novo Airão, município do Amazonas, mais precisamente às margens do Rio Negro, Eric se descreve como “um curumim adulto, filho da mata e do som”. “Meu pai adorava cantar, ele e minha família paterna são de origem do povo Baré e Manaó. Minha bisavó, Madadá, era uma grande cacique e ela cantava pra ele em nheengatu. De vez em quando, ele se lembrava de uns trechos cantava só para mim e meus irmãos, porque ele tinha vergonha de cantar na frente de outras pessoas. Por isso trago essa simbólica homenagem a esta língua nas minhas músicas”, afirma.
Eric também foi influenciado pelos cantos da sua avó, mãe Rosa, uma curandeira da encantaria. “Ela é uma das minhas maiores inspirações para criar, pois até hoje ela faz seus rituais em uma cabana no meio da Floresta Amazônica. Ela me ensinou que música é um tipo de reza e que quem canta cura. A floresta é meu estúdio, meu templo e meu palco”, completa.
Em “Mucura”, Eric dá voz a um dos personagens mais marginalizados da fauna amazônica, o gambá, transformando-o em símbolo de resistência e beleza fora dos padrões. “A Mucura é vista como suja, feia, indesejada. Mas é ela quem come o lixo do mundo e limpa a floresta. Quis que ela tivesse sua vingança poética, seu momento de diva pop. A Mucura também quer brilhar”, conta.
A canção traz refrão contagiante e beats tropicais, com um toque de ironia crítica. “A mensagem é direta: parem de matar as mucuras. Você também é feio, e nem por isso te dão uma paulada. É uma brincadeira séria, um jeito de falar sobre empatia e respeito pela vida, mesmo a que é considerada menor”, rebate Eric, cuja arte nasce do encontro entre o sagrado e o contemporâneo, entre o tambor dos rituais e o sintetizador digital.
A música reforça a proposta estética do Ixé Pop Indie Amazônico, em que a ancestralidade se transforma em vanguarda sonora. “Ixé significa ‘eu’ em nheengatu. Então, o Ixé Pop é o pop do ‘eu amazônico’. É o som de quem carrega o rio no sangue, mas também quer dançar na pista. É música para curar, rir e resistir”, define.
Para chegar a esse gênero, Eric trabalha com produtores independentes do Norte e do Sudeste, misturando referências de brega, synthpop, carimbó e música ritual. “A Amazônia é moderna. A floresta é uma grande usina criativa. Quero mostrar que o Norte não é só natureza, é pulsação, arte, tecnologia e alma”, afirma.
Além da música, Eric também assina a direção do videoclipe, produzido pela Borboleta Azul Filmes, sua produtora dedicada a narrativas amazônicas. No vídeo, gravado numa mansão histórica em Santa Tereza, bairro do Rio de Janeiro, a Mucura surge como uma entidade dançante que desafia padrões de beleza e rompe o olhar colonial sobre os corpos da floresta. “Quis transformar a Mucura em uma figura mítica e pop, com brilho, humor e poder. O clipe é quase um rito de passagem, representando uma oferenda audiovisual para quem já foi silenciado”, detalha o artista.
O resultado é uma obra híbrida entre cinema e performance, filmada entre Rio de Janeiro, Manaus e Novo Airão, com figurinos criados a partir de materiais reaproveitados e referências visuais que dialogam com o surrealismo amazônico. “Tudo ali tem uma intenção encantada, cada cor, cada dança, cada olhar. É arte pra rir e pra pensar. A Mucura é feia e livre, e é isso que a torna linda”, resume.
Com uma trajetória que transita entre a música, o audiovisual e as artes visuais, Eric Max vem se firmando como uma das vozes mais singulares da Amazônia contemporânea. Seus trabalhos já circularam em festivais e mostras culturais dentro e fora do país, sempre levando a estética da floresta com uma abordagem pop e cosmopolita.
“Eu acredito que a Amazônia é o coração do mundo, e que a arte pode ser o batimento desse coração. Minha missão é transformar encantaria em ritmo, floresta em pista, cura em som”, finaliza.
SERVIÇO:
Lançamento: “Mucura” — novembro de 2025
Gênero: Ixé Pop Indie Amazônico (Electropop Amazônico)
Distribuição internacional: CD Baby
Clipe: Direção de Eric Max / Borboleta Azul Filmes
Redes: @ericmax
Plataformas digitais: Spotify, Deezer, YouTube, Apple Music, Itunes, entre outras.