Teatro

Sesi Firjan Centro apresenta: “Futuro” Comédia de Leandro Muniz satiriza uso excessivo das redes sociais

Um texto criado há 16 anos precisa ser reescrito, mas o autor é manipulado pelo algoritmo e recorre à Inteligência Artificial para um auxílio, mas as coisas saem do controle: assim é o espetáculo Futuro, de Leandro Muniz, que realiza temporada no Teatro Firjan SESI, no Centro do Rio, entre os dias 2 de outubro e 2 de novembro, de quinta a domingo.

 

Futuro é uma peça produzida pela Quase Companhia, que dialoga com assuntos contemporâneos e que a encenação luta desesperadamente pela atenção do público, ironizando clássicos da dramaturgia e os Reels das redes sociais. Mais do que uma crítica a aceleração imposta pela digital, Futuro, analisa de forma bem humorada sobre a distração e como o algoritmo influencia nossos comportamentos. A peça também mostra conflitos de um grupo de artistas que se articula contra o autor e o algoritmo, numa trama que satiriza clássicos como Hamlet, Toda Nudez Será Castigada e Esperando Godot.

 

Leandro Muniz conta que a vontade de escrever a peça veio após analisar as mudanças sociais provocadas pelo excesso de redes sociais, principalmente. Ele conta que o streaming também foi outra inspiração para a concepção da peça. “A nossa lógica  mudou, estamos mais impacientes, não temos mais a atenção que tínhamos. Seja vendo mil reels por dia, seja tentando escolher um filme, a gente troca de streaming  logo se não gostarmos do primeiro minuto do filme. Essa métrica de me entretenha em 15 segundos em 1 minuto invadiu nossas vidas” . Então, eu queria trazer para o palco essa maluquice dos Reels, essa fauna de personagens alucinados e trends e publis, mas de maneira teatral”, pondera.

 

“A ideia é, também, fazer uma crítica a tudo e a maneira como esse algoritmo virou onipresente, um semideus. Falamos uma coisa agora e quando abrimos o celular, está lá uma publicidade de um produto para comprar. Como estamos sendo controlados de uma maneira sutil”, acrescenta.

 

No texto, Muniz também ironiza o uso excessivo das inteligências artificiais e como elas podem diminuir a nossa capacidade de elaboração ou de buscar dúvidas na memória,  quanto mais delegamos para elas determinadas tarefas.

 

“O ser humano é muito criativo. E a gente, para solucionar problemas do dia a dia, para sobreviver a tudo, nos adaptamos, criamos soluções práticas para resolver problemas multitarefas que temos. São vários pratinhos pra equilibrar. E nós estamos delegando isso para as IAs”, alerta o autor.

 

Dentro do espetáculo, são recriados sucessos da dramaturgia mundial, peças, filmes, séries, novelas, entre outros, são remixadas com o mundo digital. Ainda segundo Muniz, Futuro pretende questionar como a era do feed “alucinado” das redes e do algoritmo capturou as subjetividades humanas.

 

“A ideia é realizar uma junção de clássicos com TikTok, com Reels, com Publi. Clássicos da dramaturgia viram Publi, viram um desabafo de influencer. Tem toda uma coisa sortida, de musical a stand-up, tudo vira um feed maluco e engraçado. Mas também terá incômodo e momentos ásperos”, explica o idealizador.

 

Alice no país das Mara Maravilhas, Todo Nude Será Castigado , Deus e o Diabo na Terra do Selfie, Esperando Burnout  e Sonho de uma noite de Vegan são alguns dos títulos recriados pelo Algoritmo, ao longo da peça para entretenimento do público. “Futuro, ao chocar o universo da dramaturgia universal com a vida online, pretende abarcar essa demanda das redes sociais no palco. E a partir do espaço teatral crítica de forma irônica e política a lógica do algoritmo”, afirma Muniz.

 

Sinopse:

 

“Futuro” é um espetáculo inédito que mistura sátira de clássicos da dramaturgia, cultura digital e relações em crise. Antigos parceiros se reencontram para remontar um espetáculo, mas o autor, manipulado pelo Algoritmo, usa inteligência artificial para recriá-lo e vê sua criação sair do controle. Entre Hamlet tiktoker, tragédias remixadas, stand-up e musical, o palco vira campo de batalha entre o desejo humano e a lógica algorítmica. Com Bia Guedes, Daniela Dani  Fontan, Marcio Machado, Tulanih e Victor Maia. Texto e direção de Leandro Muniz.

 

Sinopse curta:

 

Um espetáculo inédito que mistura sátira de clássicos da dramaturgia, cultura digital e relações em crise. Antigos parceiros se reencontram para remontar um espetáculo, mas o autor, manipulado pelo Algoritmo, usa inteligência artificial para recriá-lo e vê sua criação sair do controle.

 

Quase Companhia

 

Em 2008, o diretor e dramaturgo Leandro Muniz reuniu uma equipe numerosa para a montagem da cena “Musical Dísnei” no 1º Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro. As dramaturgias se caracterizam pela colagem: canções, slogans, memes e referências clássicas são triturados pelo palco e devolvidos em forma de humor ácido, capaz de rir e ferir ao mesmo tempo. Como em Nelson Rodrigues, o grotesco revela verdades sociais incômodas. Como no teatro antropofágico, o autor devora Disney, TikTok e tragédia grega sem hierarquia.

Em comum às peças está o gesto de desmontar ilusões coletivas — o paraíso perfeito, o jornal imparcial, o amor romântico, a comunidade harmoniosa, a política redentora. Tudo é exposto como teatro dentro do teatro, mas sem abrir mão da emoção: a sátira se alterna com lampejos líricos, transformando riso em desconforto, ironia em denúncia.

A assinatura de Leandro Muniz é inconfundível: uma voz singular que combina sarcasmo popular, consciência crítica e fabulação delirante. Suas peças não oferecem catarse nem finais heroicos, mas devolvem ao público um retrato irônico e feroz do presente, em que Estado, mídia e algoritmo se confundem como máquinas de controle — e onde só o humor, a memória e a imaginação ainda parecem oferecer brechas de liberdade.

 

A cena, indicada em todas as categorias, ganhou os prêmios de melhor esquete, júri popular e direção. No dia 22 de março de 2009, “Relações – Peça quase romântica” estreou no 18º Festival de Curitiba. Sucesso de público e crítica, “Relações” ficou em cartaz por quase três anos, passando por teatros como Cândido Mendes, Ipanema, Gláucio Gil, além de Circuito Sesc, Festival de São José do Rio Preto, entre outras cidades. Ganhou quatro prêmios no XVI Festival de Teatro do RJ 2009 (Melhor Texto, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante).

 

Nas peças seguintes, Senhora Solidão (2011-2012), Sucesso ( 2016- 2017), “A Vida Não é Um Musical (2018- 2022), “O Âncora” (2023), e até em “Relationships” (2015- luz: Paulo Denizot, trilha: Fabiano Krieger)  a equipe de criação de texto, cenário, iluminação, direção musical e direção de movimentos se repetiu, enquanto o elenco variava minimamente dentro de um grupo de atores. Daí surge o nome QUASE CIA.

 

Sobre Leandro Muniz

Leandro Muniz é roteirista, dramaturgo, ator, diretor e músico.  Começou a carreira em 1997 na Cia Os F…Privilegiados e trabalhou com nomes como Antonio Abujamra, João Falcão, Paulo de Moraes, Duda Maia, João Fonseca, entre outros. Escreveu e dirigiu “Relações – Peça quase Romântica”, “Senhora Solidão” e “O Âncora”. Dirigiu em Nova York “Relationships – an almost romantic comedy”, com artistas americanos na Off Broadway em 2015.

 

Em 2016, nova montagem foi feita em Los Angeles com outro elenco americano, dirigido por uma brasileira.  Escreveu e dirigiu a premiada peça “Sucesso”, que colecionou ótimas críticas e ganhou o prêmio APTR de melhor atriz coadjuvante.  “A vida não é um musical – o musical”, ganhou os prêmios FITA 2019 de Melhor Texto e Melhor Elenco e o Prêmio do Humor de Melhor Música. O texto recebeu também indicações aos prêmios Cesgranrio, APTR, Botequim Cultural, Prêmio Reverência, Brasil Musical e Musical Rio, além de mais de 30 indicações em outras categorias.

 

Na TV e no streaming escreveu programas e séries como “Lady Night” , “Cangaceiro do Futuro” (Netflix) , “Filhos da Pátria”, “Escolinha do Professor Raimundo”, “Jogo Cruzado” (Disney +), entre outros. No cinema escreveu filmes de sucesso, como “Meu passado me condena”, “Um tio quase perfeito”,“Uma Quase Dupla”, “Minha irmã e eu” e atualmente escreve novo longa ao lado de Jorge Furtado.

 

Ficha Técnica

Texto e Direção: Leandro Muniz

Elenco: Bia Guedes, Daniela Fontan, Márcio Machado, Tulanih e Victor Maia

Assistência de Direção: Adassa Martins

Cenário e Iluminação: Paulo Denizot

Trilha Sonora e Músicas Originais: Fabiano Krieger

Figurinos: Ticiana Passos

Direção de Movimento: Carol Pires

Programação Visual: Bady Cartier

Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa

Fotografias: Carol Pires

Redes sociais: Aline Braz e Leticia Passarelli

Direção de Produção: Gabriel Garcia

 

Serviços

Temporada espetáculo FUTURO

Teatro SESI FIRJAN – CENTRO

De 02 de outubro a 02 de novembro

Quintas e sextas às 19h

Sábados e domingos às 18h

Lotação: 246 lugares

Duração: 80 minutos

Classificação: 14 anos

Ingressos: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (maia)

Link de vendas: FUTURO em Rio de Janeiro – Sympla

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