No próximo sábado, dia 06 de setembro, Edo Costantini inaugura sua primeira exposição individual em museu com ATRAVÉS DO VÉU VERDE (THROUGH THE GREEN VEIL), no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói), no Rio de Janeiro. Com curadoria de Nicolas Martin Ferreira e texto de Paulo Herkenhoff, a mostra reúne uma década de produção, incluindo fotografia, vídeo, música e uma série de esculturas em bronze — estas últimas realizadas em colaboração com sua esposa, a artista Delfina Braun, e a também arquiteta Delfina Muniz Barreto. A realização é da InterArt com apoio da Prefeitura de Niterói.
A obra fotográfica de Edo gira em torno do sublime na natureza, retratado por meio de representações etéreas das florestas do norte do estado de Nova York – local onde o argentino mora atualmente. A série, captada entre 2013 e 2025, reflete sobre o ato de medir a própria existência dentro do fluxo sempre em transformação do tempo. Suas caminhadas diárias pelas paisagens serenas de Katonah–Bedford Hills tornam-se um portal para revelar o extraordinário no ordinário, para perceber o invisível e para moldar a partir dele imagens novas e instigantes.
Inspirada nesses percursos e em pesquisas sobre la floresta y plantas sagradas, a exposição contará com 20 fotografias em grande formato, uma instalação intitulada Opium Whispers em homenagem a Jean Cocteau, e a projeção em uma das paredes principais de Last Survivors, um filme de 30 minutos em um único canal, filmado no mesmo período.
Last Survivors é uma meditação celebratória sobre a resiliência da natureza e o despertar da humanidade. Filmado na solidão da pandemia e revelado cinco anos depois, o filme se apresenta tanto como tributo quanto como profecia, um lembrete urgente de que, enquanto a humanidade pode enfrentar dificuldades, a natureza persiste. Narrado pela atriz islandesa Hera Hilmar, com roteiro de Costantini e Martín Hadis — especialista em Jorge Luis Borges e literatura nórdica —, o filme conta uma história de perda, sobrevivência e transcendência. A trilha sonora evocativa, composta pelo próprio Costantini com sua banda The Orpheists, permeia a narrativa, criando uma atmosfera de luto e esperança.
Em diálogo com as fotografias, o coletivo de artistas formado por Delfina Braun, Edo Costantini e Delfina Muniz Barreto apresentará novas esculturas em bronze que habitam silenciosamente as galerias do museu. Combinando suas disciplinas — escultura, som e instalação —, o trio explora formas e ritmos da natureza, celebrando a beleza das flores e outros elementos vivos, ao mesmo tempo em que reflete sobre a relação entre dor e cura. “Cada um de nós contribuiu com seu conhecimento, e exploramos juntos diferentes dimensões, tempos e espaços”, afirmam.
As obras mais recentes exploram o que está além da visão, as forças ocultas essenciais para o nosso próprio ser. Duas esferas evocam a mágica silenciosa do micélio, a rede invisível através da qual o mundo natural se conecta e se restaura. Dessa teia subterrânea emergem duas esculturas em escalas diferentes, inspiradas pelo raro e fascinante cogumelo conhecido como “véu-de-noiva”. Conhecido por sua beleza exótica e há muito valorizado por suas propriedades medicinais e restauradoras, aqui ele se transforma tanto em forma natural quanto em metáfora de resiliência e renovação.
Além disso, como parte da exposição, será publicado um catálogo de capa dura revestido em tecido, com uma fotografia central na capa. Com 110 páginas, apresenta reproduções integrais das obras em exibição, acompanhadas de textos de Nicolas Martin Ferreira, Paulo Herkenhoff e Barbara Golubicki, oferecendo múltiplas perspectivas sobre a exploração de uma década de Costantini acerca da natureza, da luz e da conexão humana com o meio ambiente.