Televisão

Antonio Fagundes relembra sobre seu trabalho em ‘Terra Nostra’:

Antonio Fagundes (Gumercindo)

Escrita por Benedito Ruy Barbosa,

Antonio Fagundes (Gumercindo)

‘Terra Nostra’ retorna às telas da TV Globo em 1º de setembro no ‘Edição Especial’. Com a saga da imigração italiana ao Brasil no final do século XIX e retratos da vida rural vivenciada por muitos imigrantes como pano de fundo, a novela traz Antonio Fagundes no papel de Gumercindo, um dos personagens centrais da história. “Desde a década de 70, eu já pesquisava sobre essa época, seu impacto no Brasil e algumas das questões abordadas pela novela. Esse contato anterior com o tema naturalmente contribuiu para a construção do personagem”, revela o ator.

Com a estreia de ‘Terra Nostra’ no ‘Edição Especial’, você estará no ar simultaneamente como Gumercindo e como Otávio, de ‘A Viagem’, que está em reprise no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. O que mais te emociona ao revisitar esses trabalhos?
Talvez o trabalho do ator seja um dos poucos que permitem essa alegria de transitar por universos tão diferentes, de uma obra para outra, o que é extremamente estimulante para nós – e acredito que também para quem gosta de acompanhar novelas. Sem as reprises, o público talvez tivesse um pouco menos de percepção das diferenças entre os trabalhos de um ator, pelo fato das novelas serem mais longas e espaçadas. Com as reexibições, surgem oportunidades como essa: assistir, ao mesmo tempo, a dois personagens com características tão contrastantes.
O que essa novela representou para você como ator, em termos de desafio artístico e contribuição cultural?
Por coincidência, eu vinha de um longo trabalho com um autor italiano, Dario Fo. Fiz uma peça dele no Brasil chamada ‘Morte Acidental de um Anarquista’, que ficou sete anos em cartaz. E, quando ‘Terra Nostra’ estava em montagem, eu estava em cena com o espetáculo ‘Últimas Luas’, de outro autor italiano igualmente importante, Furio Bordon. Assim, mergulhar em uma nova parte do universo italiano por meio da novela foi, para mim, um complemento muito significativo e bem-vindo. Foi marcante estar diretamente envolvido com a cultura italiana naquele período.
 
Houve algum momento da trama que tenha sido particularmente desafiador para você?
Toda obra representa um desafio para qualquer ator, mas gosto de frisar que nosso trabalho não se resume ao período em que estamos em cena. Nos preparamos ao longo da vida para as histórias que vamos contar, e com essa novela não foi diferente. Realizei um trabalho muito interessante no cinema, o filme ‘Gaijin – Os Caminhos da Liberdade’ (1979), dirigido por Tizuka Yamasaki. Embora a obra abordasse, principalmente, a imigração japonesa, ela também contemplava o contexto da imigração italiana. Desde aquela época, na década de 70, eu já pesquisava sobre esse período histórico, seu impacto no Brasil e algumas das questões que a novela trata. O contato prévio com esse universo naturalmente me ajudou na construção do Gumercindo.
 
Que lembranças você guarda desse trabalho e da rotina de gravação?
Guardo apenas boas lembranças dessa novela. O elenco era maravilhoso e o ambiente das gravações, muito harmonioso. Repeti a parceria com a querida Débora Duarte, com quem já havia feito par romântico em ‘Corpo a Corpo’. Foi muito bom reencontrá-la nesse projeto. Também tínhamos o querido Raul Cortez, Maria Fernanda Cândido, Ângela Vieira… era muita gente boa. Foi um enorme prazer.

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