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Catarata sob nova ótica: mais tecnologia, precisão e qualidade de vida

 

Em entrevista exclusiva, o oftalmologista Lucas Cambuy fala sobre os avanços no
tratamento da catarata e o novo perfil dos pacientes

Quando o assunto é saúde ocular, poucos nomes se destacam tanto no cenário carioca
quanto o do oftalmologista Lucas Cambuy, fundador da Clínica Cambuy. Com mais de
8 mil cirurgias realizadas ao longo de uma carreira marcada pela excelência técnica e
pelo atendimento humanizado, o médico acompanha de perto a evolução constante das
técnicas e tecnologias oftalmológicas. Em entrevista exclusiva no formato pingue-
pongue, ele fala sobre as principais novidades no tratamento da catarata, condição que
afeta milhões de brasileiros, especialmente a população acima dos 60 anos. Segundo
Cambuy, os avanços atuais oferecem mais segurança, precisão e recuperação rápida —
devolvendo não só a visão, mas também a qualidade de vida aos pacientes.

A cirurgia de catarata ainda é mais a mesma de anos atrás? O que tem de
novo?
A cirurgia de catarata evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, trabalhamos com
plataformas altamente seguras, com incisões minimamente invasivas e recuperação
muito rápida. As grandes inovações estão nas lentes intraoculares, agora muito mais
precisas, capazes de corrigir múltiplos graus e tratar aberrações ópticas. Com as lentes
multifocais e tóricas, por exemplo, conseguimos proporcionar visão para longe, perto e
também corrigir astigmatismo com excelente qualidade.

Existe uma mudança no perfil dos pacientes que procuram esse tipo de
cirurgia?
Sim. O perfil que mais me procura está na faixa dos 60+, reflexo do envelhecimento da
população e da busca por qualidade de vida. O público é majoritariamente feminino —
são as mulheres que mais cuidam da saúde ocular e seguem as orientações médicas com
mais regularidade. Embora atendamos casos precoces, principalmente por catarata
secundária ou genética, a maioria continua sendo de pacientes acima dos 60 anos.

A catarata pode aparecer antes da terceira idade?
Sim. Embora o envelhecimento seja o principal fator, há causas que contribuem para o
surgimento precoce, como diabetes, uso crônico de corticoides, traumas oculares,
cirurgias intraoculares anteriores e exposição ao sol sem proteção. Além disso, há
cataratas congênitas e genéticas, que podem surgir em pessoas mais jovens. Por isso, o
acompanhamento oftalmológico regular é essencial, mesmo fora da faixa etária
tradicional.

A cirurgia de catarata pode ser feita mesmo sem a catarata formada?
Sim, pode. Nesse caso, chamamos de cirurgia refrativa com implante de lente
intraocular. É uma alternativa para corrigir miopia, hipermetropia, astigmatismo e
presbiopia em pacientes que não desejam ou não podem fazer o laser. Substituímos o
cristalino transparente por uma lente com grau personalizado. Essa cirurgia tem sido
cada vez mais procurada, especialmente por pacientes acima dos 50 anos que desejam
se livrar dos óculos.

Quem tem glaucoma pode se beneficiar da cirurgia de catarata?
Com certeza. Em pacientes com ângulo estreito ou pressão ocular elevada, a cirurgia
pode ajudar bastante. A remoção do cristalino e o implante de uma lente mais fina
facilitam a drenagem do humor aquoso, ajudando a controlar a pressão ocular. Em
alguns casos, conseguimos até reduzir a necessidade de colírios. Cada caso precisa ser
avaliado individualmente, mas os benefícios para pacientes com glaucoma são reais

E no campo da tecnologia, o que mais se destaca hoje?
Além das lentes multifocais e personalizadas, temos o avanço das cirurgias guiadas por
imagem e o uso de inteligência artificial na biometria ocular. Esses recursos tornam
possível personalizar com muita precisão o tipo de lente ideal para cada paciente. A
tecnologia tem sido uma grande aliada, elevando ainda mais o nível de segurança .

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