A artista Amanda Coimbra, a curadora Natália Quinderé e o fotógrafo Vicente de Mello participarão de uma conversa gratuita e aberta ao público no próximo sábado, dia 2 de agosto de 2025, às 15h, na Sala dos Archeiros, no Paço Imperial. O encontro será realizado por ocasião da exposição “Luz estelar ecoando”, de Amanda Coimbra, que pode ser vista até o dia 10 de agosto de 2025.
Na ocasião também será lançado o catálogo virtual da mostra, que poderá ser acessado gratuitamente no site da artista: www.amandacoimbra.net. O catálogo terá cerca de 45 páginas, textos de Natália Quinderé e Amanda Coimbra, design de Marcelo Albagli e fotos de Rafael Adorján e Mari Morgado.
A conversa no Paço Imperial contará com a presença da artista, da curadora da exposição e do fotógrafo Vicente de Mello, cuja prática artística dialoga com os temas centrais da mostra – os usos e possibilidades da fotografia analógica, os sentidos da luz e a astronomia. Durante o bate-papo, eles compartilharão referências visuais e conceituais que atravessam seus processos criativos e pesquisas, além de apresentar trechos do catálogo virtual da exposição, aprofundando a experiência do público com as obras.
A exposição “Luz estelar ecoando” entra na sua reta final, podendo ser vista somente até o dia 10 de agosto, depois de uma temporada de sucesso. A mostra apresenta 35 obras inéditas de Amanda Coimbra inspiradas nas incríveis imagens feitas pelo telescópio espacial James Webb, da NASA. Os trabalhos foram produzidas em diferentes suportes, como fotografias, caixas de luz, vídeo e instrumentos ópticos variados. A sala expositiva está com uma luz mais baixa, difusa, criando um ambiente escuro, contemplativo e estelar.
Para realizar os trabalhos, Amanda fotografa o céu de forma analógica, usando uma câmera Rolleiflex. Com as imagens prontas, ela faz interferências no filme slide com objetos pontiagudos, em geral compassos, desenhando planetas, estrelas e elementos cósmicos na superfície da película. O resultado é surpreendente e o espectador precisa trabalhar sua percepção para entender o que é real e o que foi criado pela artista. Cores variadas surgem nas obras, seja através das interferências feitas por Amanda Coimbra com marcador permanente, seja pelo próprio processo de raspagem do filme fotográfico, que faz brotar tons de azul da sua superfície.
Essas imagens estão expostas de formas variadas. Muitas delas estão em caixas de luz, com fotogramas em sequências, que criam uma narrativa. Três fotogramas foram impressos em tamanho 64 x 80 cm. Há, ainda, um vídeo feito a partir de animações das obras da artista, levando o espectador a uma viagem pelo espaço. Completam a mostra imagens expostas em 10 dispositivos ópticos variados, como monóculos, lupas e retroprojetor.
A prática artística de Amanda Coimbra sempre foi baseada nos processos analógicos da fotografia. Se antes a artista realizava as intervenções no fotograma e depois imprimia, agora o próprio slide tornou-se a obra de arte. Outra novidade é que o céu diurno também ganhou atenção da artista, que antes só trabalhava com imagens noturnas. Além disso, Amanda Coimbra começou a criar desenhos enquanto fotografa, aumentando a exposição e explorando novos elementos de luz.
SOBRE OS PARTICIPANTES DA CONVERSA
Amanda Coimbra (Brasília, 1989) – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Artes Visuais pelo School of the Art Institute of Chicago (2011). Participou das residências artísticas Casa da Escada Colorida (2021-2022), DESPINA (2017), Espacio de Arte Contemporáneo (Montevidéu, 2017), Proyecto ‘ace (Buenos Aires, 2012) e Picture Berlin (Berlim, 2009). Desde 2010 mostra seu trabalho em exposições coletivas e individuais no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Uruguai, Argentina e Perú. Em 2016 publicou o fotolivro “A Memória de um Álbum de Viagem”, com prólogo da curadora argentina Ana María Battistozzi. Em 2021 seu projeto “Nascer de Terras” foi contemplado pelo edital Retomada Cultural RJ (Lei Aldir Blanc – SECEC RJ). O resultado do trabalho produzido foi mostrado em uma exposição individual na Z42 com curadoria de Fernanda Lopes (2022). Participou do programa de acompanhamento para artistas “Imersões Poéticas”, com orientação de Cadu e Natália Quinderé e exposição coletiva do grupo no Paço Imperial (2023).
Natália Quinderé nasceu em Fortaleza, vive no Rio de Janeiro. Faz curadorias, pesquisa sobre arte e seus arredores e dança. Fez curadorias individuais de Ana Hupe, Eloá Carvalho, Pedro Victor Brandão, Luciana Paiva, Maria Baigur, Darks Miranda, Cristina de Pádula, Mayra Redin, entre outras. Dentre as curadorias coletivas destaca-se O trabalho trabalha trabalha e Formas de abandonar o corpo – parte 1. Idealizou Seis gentes dançam no museu, um projeto que intersecciona artes visuais, performance em dança e arte sonora (MAM, Rio). Em 2024, foi uma das residentes do Pivô (São Paulo). Foi selecionada para a última edição do Abre Alas (Gentil Carioca), em 2025. Alimentou uma plataforma chamada teteia (teteia.org), com colaborações de artistas e pesquisadoras. Atrelado ao trabalho de edição, traduziu ensaios de Hito Steyerl, Chantal Mouffe, Oksana Bulgakova, o curador Bonaventure Soh Bejen Ndikung, dentre outros
Vicente de Mello (São Paulo – SP, 1967. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) formou-se em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e especializou-se em História da Arte e Arquitetura no Brasil, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ. Trabalhou no Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM-RJ, de 1989 a 1998. Tem sua pesquisa fotográfica, apresentada desde 1992, com a criação de séries. Realizou exposições em importantes instituições, como Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro;
Espace Photographie Contretype, Bruxelas, Bélgica; Fondation Cartier pour l´art contemporain, Paris, França; Fundação DAROS, Zurique, Suíça; Itaú Cultural, São Paulo; Maison Européenne de la Photographie, Paris, França; MALBA, Buenos Aires, Argentina; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – MAC / USP; Museu de Arte
de São Paulo – MASP – Coleção Pirelli; Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães, Recife; Museu de Arte Moderna de Brasília; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras.
Serviço: Conversa em torno da exposição Luz estelar ecoando
Dia 2 de agosto de 2025, sábado, às 15h
Sala dos Archeiros
Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial [Terreirinho]
Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Exposição: até 10 de agosto de 2025
Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.
Entrada gratuita