Teatro

“Ninguém Me Ensinou a Morrer” estreia no Teatro Firjan Sesi Jacarepaguá 

Foto: Any Duarte

Espetáculo premiado traz a vivência de jovens pretos periféricos sob a direção artística da atriz Vilma Melo

Com o objetivo de provocar uma profunda reflexão sobre as violações dos direitos humanos e das injustiças enfrentadas por crianças e adolescentes nas periferias urbanas, a peça “Ninguém me Ensinou a Morrer” chega o Teatro Firjan Sesi Jacarepaguá em curta temporada, com exibições no último final de semana de julho e o primeiro final de semana de agosto.

 

Com seis jovens atores em cena: Cacau Mormar, Mário César, Rafiki, Vitória Lopes, Jailton Maia e Priscila Sousan,  o espetáculo sensibiliza o público com a realidade brutal e muitas vezes invisibilizada das comunidades marginalizadas e propõe um diálogo com empatia e solidariedade. Oriundo do Centro de Artes Calouste Gulbenkian, na Praça Onze, o grupo teatral traz a fusão de talentos e ideias em produções teatrais inovadoras e impactantes, enriquecendo ainda mais o cenário cultural da cidade.

 

A direção artística é assinada pela atriz Vilma Melo, professora de teatro e que atualmente vive a personagem Jussara na novela “Dona de Mim”: “O maior objetivo desta peça é inspirar ações concretas em prol da justiça social, da equidade e do respeito à dignidade humana, visando construir um futuro onde todas as crianças e adolescentes tenham a oportunidade de crescer em um ambiente livre de violência, discriminação e exclusão”, destaca.

 

A encenação de ‘Ninguém Me Ensinou a Morrer’ se desdobra como um caleidoscópio de movimentos e emoções, que se montam e desmontam diante dos olhos do público, revelando as camadas profundas de dor, resistência e esperança que habitam os corpos marcados pela marginalização e pela violência estrutural.

 

O espetáculo que desafia convenções e rompe barreiras, já foi indicado a mais de 17 premiações, nas categorias Melhor Esquete, Melhor Texto Original, Melhor Direção , Melhor Direção de Movimento, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Iluminação e Melhor Atrizes em Conjunto. E conquistou 12 prêmios, como o Festival FESTU, considerado o maior festival de teatro universitário do Brasil; o Festival Negritudes e o Festival Internacional de Teatro de Niterói, o Niterói em Cena.

 

Dividido em três níveis que atravessa a vida, a morte e a eternidade nas favelas do Brasil, a trama se desenvolve em uma megaoperação policial que ameaça os sonhos, afetos e resistências dos jovens. Sem saber se irão sobreviver a mais uma noite, diante da violência impiedosa que castiga corpos pretos e favelados, uma pergunta ecoa como ferida aberta: alguém aí já te ensinou a morrer?

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