Gabriel Godoy, Pedro Yudi, Caroline Okoshi Fioratti (diretora), Miwa Yanagizawa, Kazue Akisue, Yohama Eshima, Vivi Ohno, Larissa Murai
Foto: Marina Vancini
Oratório” – ou “Butsudan” – é o título do novo longa-metragem autoral da cineasta Caroline Okoshi Fioratti (“Meu Casulo de Drywall”). O filme surge em parceria com a atriz Larissa Murai (“Um Ano Inesquecível – Inverno”), que também assina o roteiro, e com o produtor Rui Pires (“Era o Hotel Cambridge”), da Aurora Filmes. As filmagens aconteceram em março e abril no interior de São Paulo.
“O terror foi a forma que encontramos de criar metáforas e ressignificar traumas culturais e padrões de comportamento que fazem parte da nossa construção como mulher nipo-brasileira”, explica a cineasta. A mitologia japonesa unida a realidade brasileira cria um universo único e pouco explorado pelo cinema nacional. O filme de “casa mal-assombrada” une-se ao “drama familiar”, fazendo com que as personagens encarem seus medos mais íntimos, suas relações mal resolvidas, seus traumas e desejos.
Inspirado em histórias familiares da própria realizadora, o longa narra o reencontro de três irmãs em meio ao funeral da matriarca. O estopim da trama é um altar budista, o oratório do título, que guarda a memória dos antepassados. Chegar em um consenso sobre o que fazer com essa inusitada herança traz à tona os conflitos e diferenças existentes entre as protagonistas, interpretadas por Larissa Murai, Yohama Eshima e Vivi Ohno.
“O filme retrata mulheres com subjetividades, vivências e crenças muito distintas entre si. Não olha para a mulher asiática como um estereótipo, como uma coisa só. Isso também acontece com outras racialidades retratadas em produções audiovisuais, como se só o homem branco tivesse direito a uma subjetividade complexa”, reflete a cineasta.
O longa foi a primeira experiência das atrizes como protagonistas de longa-metragem, devido a uma ausência de papeis nos quais mulheres amarelas são consideradas. A atriz Yohama Eshima relata, “Dezesseis anos como atriz, e Nathália é minha primeira protagonista no cinema. Acho que isso diz algo sobre a importância de estarmos vivendo um momento de abertura para o que sempre existiu: histórias brasileiras, com muitos rostos diferentes, mas brasileiros”.